A desidratação e a hipertermia são os grandes vilões no verão, principalmente, entre os idosos. Você sabia? Entenda;

Ao longo do processo do envelhecimento, o índice de água no organismo diminui drasticamente, podendo assim, na fase da velhice, chegar a um percentual menor do que em outras faixas etárias. Com isso, a desidratação e a hipertermia, que é o aumento da temperatura corporal devido ao calor, tornam-se problemas que afetam com mais frequência o público 60+. Além disso, a ocorrência da diminuição da sensação de sede associado à maior exposição ao calor, pode elevar o risco de desidratação e perda de sais minerais.

Dicas de cuidados para as pessoas idosas na estação do verão - SUPERA - Ginástica para o Cérebro

Ademais, segundo Karina Bantim, a falta de água no organismo e o excesso de calor podem facilmente provocar uma confusão mental e a queda repentina da pressão arterial, que, por sua vez, aumenta o risco de quedas, sendo mais uma preocupação para preservar a integridade física do idoso. Estes sintomas são mais comumente associados a essa faixa etária, que às vezes acaba sendo confundido com doenças neurodegenerativas/demência. A queda da pressão arterial, aceleração dos batimentos cardíacos e dor no peito, estão presentes neste cenário e podem influenciar no diagnóstico e no desenvolvimento de patologias.

Dicas de cuidados para as pessoas idosas na estação do verão - SUPERA - Ginástica para o Cérebro

Além disso, segundo Ramirez (2021), os idosos diagnosticados com algum tipo de patologia, como a hipertensão, podem fazem o uso de diversos medicamentos, como os diuréticos, que são substâncias que elevam a taxa do débito e volume urinário, aumentando a excreção de sódio(Na+) e Cloreto(Cl-). Aumentado, assim, as idas ao banheiro para urinar. De acordo com a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), os lábios e língua secos e redução da quantidade de urina são possíveis sinais de que o corpo do idoso demonstra a presença de desidratação devido ao excesso de calor. Dores de cabeça, tonturas, fadiga e mal-está também são sinais possíveis de serem observados em casos de desidratação.

Em estudo recente, Gupta e colegas (2021) analisaram a temperatura interna de duas casas de repouso, assim como a percepção subjetiva de conforto térmico entre os residentes e funcionários com o intuito de examinarem a magnitude e a percepção do superaquecimento no verão em duas Instituições de Longa Permanência para Idosos – ILPIs, com sede em Londres. As temperaturas internas foram consideradas altas (> 30 ° C) nos quartos, frequentemente mais altas à noite do que durante o dia. Entretanto, 35-42% das respostas das duas equipes de funcionários indicaram que as temperaturas internas eram desconfortavelmente quentes. Dentre os idosos, apenas 13-19% das respostas indicaram desconforto, indicando que os residentes eram relativamente insensíveis ao calor e por vezes ficavam expostos ao superaquecimento sem perceber. Além disso, documentou-se que os residentes e funcionários estavam pouco satisfeitos com as condições térmicas do ambiente. Logo, os edifícios deveriam manter os residentes e funcionários confortáveis ​​e saudáveis ​​durante o tempo quente por meio de ventilação noturna, gerenciamento de aquecimento e práticas institucionais de apoio.

Outro estudo interessante, desenvolvido por Kollanus e colaboradores (2021) na Finlândia, destaca que as ondas de calor aumentam significativamente a mortalidade entre os idosos na Finlândia; as mulheres são mais suscetíveis à exposição ao calor do que os homens; muitas doenças crônicas são fatores de risco importantes para efeitos graves na saúde; a mortalidade aumenta especialmente em instalações de saúde e em residências; em enfermarias de hospitais e centros de saúde, os pacientes internados por longos períodos são os mais vulneráveis.

Portanto, é deliberadamente importante, não apenas fazer a ingestão maior de líquidos, mas também fazer o consumo de legumes, frutas e verduras para repor os possíveis nutrientes perdidos pela transpiração. Além disso, outros cuidados necessários são: a proteção contra os raios UV utilizando guarda sol, protetores solares,bonés,  se abrigar em lugares mais frescos, entre outras coisas.

Dicas de cuidados para as pessoas idosas na estação do verão - SUPERA - Ginástica para o Cérebro

Assinam este artigo

Tiago Nascimento Ordonez

Gerontólogo pela Universidade de São Paulo (USP), especialista em Estatística Aplicada pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) e Pós-graduando do MBA em Data Science e Analytics pela USP. Exerceu a função de Gerontólogo na Prefeitura de São Caetano do Sul entre os anos de 2014 a 2016. E esteve como coordenador do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFVI) da Prefeitura de Diadema entre 2017 e 2020. Atualmente é membro do Grupo de Estudos em Treino Cognitivo (GETC) da USP.

Guilherme Alves da Silva

Estudante de Graduação do curso de bacharelado em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo. Atualmente faz estágio na área de pesquisa em treino cognitivo de longa duração pelo Instituto SUPERA – Ginástica para o Cérebro. Tem interesse na área de treino de estimulação cognitiva, com foco na prevenção das funções cognição globais e no estudo da neurociência. Já foi voluntário na Universidade Aberta à Terceira Idade da EACH-USP, atual USP60 + nas oficinas de teatro, música e dança sênior. Ex-Diretor do Recursos Humanos (RH) da Empresa Júnior de Gerontologia e assessor em Marketing Digital (MD) entre os anos de 2019 a 2020. É membro da Liga de Gerontologia. É membro da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG).

Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva

Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo. Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É assessora científica e consultora do Método Supera.

Interessante não é mesmo? Clique AQUI e agende uma aula grátis!

Categorias: Idosos

0 comentário

Deixe um comentário

Avatar placeholder

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *