Mesmo com a pandemia em andamento, cientistas se esforçam para entender melhor o vírus e suas manifestações nos seres humanos: de perda de paladar e olfato a alterações na cognição e, mais recentemente a vulnerabilidade de certas populações que apresentam as chamadas comorbidades.

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Um estudo de cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade de São Paulo (USP) e Instituto Butantan chegou à conclusão de que o Alzheimer é hoje a comorbidade que apresenta o maior risco para morte por COVID-19.

O risco de morte para este grupo chega a ser três vezes maior, segundo o estudo.

“Ficamos realmente impressionados com o peso das demências sobre o agravamento da COVID-19. Sozinhas elas têm mais impacto do que doenças cardiovasculares, diabetes e obesidade, consideradas as comorbidades mais importantes para o agravamento da COVID”, disse Sergio Ferreira, especialista em doenças neurológicas e professor de Biofísica e Bioquímica Médica da UFRJ, em entrevista ao jornal O Globo.

Consequências neurológicas do COVID: uma via de mão dupla

Embora pareça ser repetitivo, as pesquisas caminham em duas linhas básicas: as consequências neurológicas para quem teve a doença, um ponto já comprovado por muitos trabalhos científicos no mundo e abordado no site do Método SUPERA com colaboração do neurointensivista Marco Paulo Nanci em diversas oportunidades nos últimos meses e, também, o contrário: como a COVID -19 afeta quem já tem problemas neurológicos, em especial, demências.

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Os cientistas brasileiros selecionaram 16 mil pessoas com mais de 65 anos (faixa etária em que as demências se tornam mais frequentes) testadas para o coronavírus.

No total 1.200 haviam sido infectadas. Além de identificar um risco até três vezes maior de adoecimento e morte, os cientistas também concluíram que pessoas com demências, como o Alzheimer, tem risco três vezes maior de serem infectadas.

Como doença degenerativa, não há hoje fármacos disponíveis no mercado capazes de regredir os sintomas da doença. Já se sabe, no entanto, que a COVID-19 é uma doença inflamatória e sistêmica, ou seja, que acomete todo o corpo, e, por consequência, o cérebro.

Entendendo o Alzheimer

Os sintomas da doença de Alzheimer variam de acordo com os estágios e em cada indivíduo portador da doença, podem ser mais ou menos intensos, evoluindo de forma lenta e gradativa, variando de dez anos a 15 anos, de acordo com a Associação Internacional da Doença de Alzheimer.

O quadro clínico é dividido didaticamente em estágios:

  • Estágio leve (fase inicial): alterações na memória, na personalidade, nas habilidades visuais e espaciais.
  • Estágio Intermediário ou Moderado (fase moderada): dificuldade para falar, realizar tarefas simples e coordenar movimentos. Agitação e insônia.
  • Estágio Grave ou Severo (fase grave): resistência à execução de tarefas diárias. Incontinência urinária e fecal. Dificuldade para comer. Deficiência motora progressiva.
  • Estágio Avançado (fase avançada): restrição ao leito. Mutismo. Dor à deglutição. Infecções intercorrentes.

Por que é importante estimular o cérebro no contexto da saúde mental?

Estudos científicos destacam que a estimulação cognitiva atua como uma estratégia de prevenção para o surgimento da Doença de Alzheimer, atuando para evitar ou retardar o seu aparecimento. Um exemplo muito importante desta aplicação é a estimulação cognitiva aplicada às pessoas que tem familiares de primeiro grau que receberam o diagnóstico de Alzheimer.

Uma vez que, para estas pessoas, haverá uma chance maior de desenvolvimento da doença, por provavelmente ter uma predisposição genética, aconselha-se cuidados com a saúde do cérebro, com a realização de exercícios que estimulem a memória e outras habilidades cognitivas, pois quanto antes cuidar da saúde do cérebro melhor será para envelhecer ter a saúde geral preservada.

Com informações do jornal O Globo


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